A Reabilitação de um paciente após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou um TCE (Traumatismo Cranioencefálico) não é nada fácil. Todo trauma deixa sequelas e em casos de eventos como esses, o processo de aceitação é ainda mais complexo.
Diante de situações como essa, minha recomendação como médico é instruir o paciente e a família do quanto é importante entender o processo de reabilitação como um todo e empoderar-se dele. Tomar essa iniciativa vai fazer toda diferença.
Como assumir o controle da situação depois de passar por um AVC ou TCE?
Em primeiro lugar, o paciente precisa saber que a jornada está apenas começando. É o momento de começar de novo, treinar novas habilidades e comemorar cada pequeno passo dado à frente nessa longa jornada.
Adotando essa mentalidade, a ideia é que o paciente com apoio da família, da equipe médica e de todos que o acompanham, adote algumas medidas que o ajudarão na reabilitação, principalmente motora. Entre elas, selecionei as cinco a seguir:
Tenha uma atitude positiva e engaje-se na reabilitação
Ter uma atitude positiva durante o tratamento e estar engajado em sua reabilitação é fundamental para apresentar melhoras significativas no quadro. Os ganhos intermediários precisam ser reconhecidos e valorizados para que o paciente siga motivado em busca do seu objetivo. Em casos como esse, pode ser preciso contar com a ajuda de psicoterapia e eventualmente medicação, para ajudar o paciente a lidar com sua nova condição, desenvolvendo estratégias de enfrentamento dos novos desafios, em busca de seu pleno potencial. Lembrando que todo o processo deve ser feito com ajuda profissional.
Compreenda o processo como um todo para participar melhor
“O que estou fazendo? Para onde isso vai me levar? Por que eu preciso fazer esse movimento?”
Medicações, novas terapias, processos de repetições contínuas... o paciente precisa se engajar de forma produtiva e entender como funciona a reabilitação de cada um. De nada adianta querer fazer tudo certo e acabar cometendo os mesmos erros. É importante manter o foco em cada terapia e observar os resultados de cada ação, reavaliando e ajustando junto à equipe de reabilitação. Ouça, aprenda, execute, reavalie!
Tenha atenção redobrada com os outros problemas de saúde
Pressão alta, diabetes, colesterol alto, epilepsia? Os cuidados de intervenção e prescrição de problemas de saúde que o paciente já possuía antes de sofrer o AVC ou o TCE devem ser redobrados. A prática de atividades físicas, boa alimentação e uma boa noite de sono ajudam qualquer paciente durante o seu processo de reabilitação. O último, aliás, é extremamente importante, mesmo que muitas vezes negligenciado. E é sobre ele que eu vou falar a seguir!
Cuide do seu sono
Durma bem e bastante. O sono é fundamental para os pacientes que estão em processo de reabilitação, pois é durante o sono que tudo o que foi aprendido durante o dia é armazenado no cérebro (fixação das memórias), proporcionando maiores ganhos na terapia. Um sono melhor é muito importante, especialmente para quem está em processo de treinamento das funções cerebrais.
Tratamento de Dor e Espasticidade (Hiperatividade Muscular)
Dor e espasticidade (hiperatividade muscular) são comuns em pacientes que sofreram AVC ou TCE e atrapalham muito a realização de terapias e exercícios. É importante destacar: mesmo que a dor ou as contrações involuntárias não incomodem, só o fato delas surgirem durante o treinamento de marcha, por exemplo, já é preocupante, pelo risco de prejudicarem a fixação do padrão motor correto.
Se isso acontecer, volte para o ponto do começo, entenda a origem da dor e da espasticidade, e busque tratamento, para que deixem de atrapalhar. É fundamental que o paciente tenha as melhores condições para ter os maiores ganhos. Caso ainda persistam, existem medicamentos, bloqueios anestésicos, injeções de Toxina Botulínica (Botox®, por exemplo), órteses e outras alternativas para casos mais graves.
Lembre-se: o acompanhamento com o médico é essencial nessa etapa do processo.
Entender que cada caso é um caso é fundamental para uma boa reabilitação.
Sofrer um trauma como AVC ou TCE, sobreviver e encarar um processo de reabilitação não é nada fácil. A recuperação da independência nas suas atividades, desde engolir ou controlar a urina (o que é considerado em geral mais fácil) até escrever, caminhar, dar a mão (o que seria mais elaborado), tudo irá variar de acordo com as condições iniciais, os cuidados médicos e de reabilitação, o engajamento no processo e o que cada paciente busca de ganho.
Exatamente por isso, entender a individualidade é fundamental.
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