Essa é uma dúvida frequente, sobretudo entre pacientes com doenças pré-existentes e grávidas. Pensando em auxiliá-los na busca por uma resposta, nós reunimos as principais informações e orientações repassadas pelas sociedades de diversas áreas da medicina e também pelo Ministério da Saúde por meio de portarias definidas até o dia 20 de abril de 2021.
⚠️ É importante lembrar que todos os pacientes com histórico de reações alérgicas, doenças pré-existentes, grávidas, puérperas e lactantes devem consultar seus respectivos médicos antes de receber o imunizante. Mesmo que “autorizados” pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias de Saúde, esses pacientes precisam conversar com os especialistas que acompanham o quadro clínico deles, para entender que cuidados tomar antes e depois da vacina e conhecer possíveis efeitos colaterais.
Para a elaboração deste conteúdo, nós levamos em conta a disponibilidade, em território nacional, das vacinas da Pfizer, de Oxford/AstraZeneca e da CoronaVac, esta produzida pelo Instituto Butantã, em São Paulo. A seguir, conheça os detalhes sobre a possibilidade ou não de vacinação de pacientes oncológicos, com patologias reumatológicas e patologias hematológicas, bem como de gestantes e lactantes. Vamos a eles!
Pacientes com doenças reumáticas
Pacientes com doenças reumáticas autoimunes como artrite reumatoide, esclerose sistêmica e lúpus devem avaliar, junto aos médicos que os acompanham, os seguintes aspectos: se a doença que enfrentam está controlada ou não e se fazem uso de medicamento imunossupressor. Em caso de resposta afirmativa à última pergunta, qual é ou quais são esses medicamentos.
É importante que o médico avalie as medicações dos pacientes antes de liberá-los para receber a vacina pois imunossupressores baixam a imunidade, aumentando, assim, o risco de infecções. Além disso, eles podem reduzir a resposta do imunizante.
Ainda que esses cuidados sejam necessários, nenhuma das duas vacinas aplicadas no Brasil é prejudicial a quem tem doença reumática autoimune e recebe medicamento imunossupressor ou medicamentos biológicos. Isso porque elas não contêm em sua fórmula o vírus vivo ou atenuado, o que as torna potencialmente mais seguras para esses pacientes.
Pacientes com esclerose múltipla em uso de imunossupressor têm contraindicações para receber vacinas com vírus vivos, como a da febre amarela. Portanto, todas as vacinas contra a Covid-19 existentes no Brasil estão autorizadas. Se puder optar, dê preferência pela Coronavac ou pelo imunizante da Pfizer.
Vale mencionar que, em janeiro de 2021, o Ministério da Saúde incluiu pacientes imunossuprimidos, entre eles os com doenças reumáticas autoimunes, no grupo prioritário para a imunização. Se você se encaixa nesse grupo ou conhece alguém que faça parte dele, acompanhe o calendário de vacinação de seu estado e mantenha-se informado.
Pacientes com doenças reumáticas que não são autoimunes, como osteoporose, artrose, fibromialgia e gota, não foram adicionados aos grupos prioritários de vacinação, pois entende-se que essas doenças não estão associadas a maiores riscos de complicações e óbitos.
Pacientes com doenças hematológicas
Pacientes com patologias e neoplasias hematológicas e com doença falciforme não apenas podem como devem receber a vacina contra a Covid-19, mesmo que já tenham sido infectados ou que tenham sorologia positiva para o vírus. Mas, atenção: somente pessoas com doença falciforme estão incluídas no terceiro grupo prioritário de vacinação, segundo o Ministério da Saúde. Isso em razão da taxa de mortalidade desses pacientes ser três vezes maior em comparação com a população no geral.
Não pertencem a nenhum grupo prioritário de vacinação pessoas com doenças hematológicas que não comprometam a imunidade e que não façam uso de imunossupressores. Portanto, elas devem receber a vacina de acordo com a idade delas. Haveria contraindicação para a imunização dessas pessoas somente se o país aplicasse doses contendo o vírus atenuado ou vivo.
Aos pacientes recebendo tratamento com medicamento imunossupressor, é recomendado, dentro do possível, a realização da vacinação no maior espaço de tempo em relação ao uso das medicações. Nesses casos, médicos e pacientes devem decidir juntos, com base na avaliação do quadro clínico.
Saiba mais!
Outras recomendações da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular
Devem adiar a vacinação pacientes que tenham feito uso recente de anticorpos monoclonal anti-CD20, anti-CD19, anti-CD22, anti-CD52; que façam uso de imunoglobulina, globulina anti-timocitica (ATG) ou corticosteroides em altas doses, bem como pacientes com leucemias agudas em protocolos iniciais de indução de remissão ou com citopenias.
Pacientes com doenças hemorrágicas hereditárias ou adquiridas, que façam uso de anticoagulantes ou de antiagregantes plaquetários, têm riscos de sangramento ao receber a vacina. Em caso de sangramento, fazer compressão no local por 10 minutos e aplicar compressa gelada, antes e depois do recebimento da dose. Além disso, é necessário monitorar o local vacinado nos dois dias posteriores à vacinação e procurar atendimento médico em caso de dor exagerada, hematoma volumoso e/ou febre.
Pacientes que usam antagonistas da vitamina K devem verificar o RNI na semana da vacinação. Se estiver abaixo de 3,50, podem receber a imunização.
Pacientes que usam anticoagulantes de ação direta devem tomar a vacina imediatamente antes da próxima dose do remédio. O mesmo vale para não-gestantes em uso de heparina de baixo peso molecular e para pacientes em uso de heparina não-fracionada em dose profilática subcutânea.
Se você tem alguma patologia hematológica não mencionada acima, consulte o seu médico antes de receber a vacinação para saber como se preparar, como proceder no dia da imunização e também como monitorar o seu organismo nos dias posteriores à dose. Não tome nenhuma decisão por conta própria!
Pacientes oncológicos
Pacientes oncológicos, inclusive aqueles que estão em tratamento, não só podem como devem ser vacinados. São pessoas com alto risco de mortalidade e complicações decorrentes do coronavírus. No entanto, assim como para os casos apresentados anteriormente, são contraindicadas para esses pacientes vacinas com o vírus vivo ou atenuado.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, existem evidências suficientes para reforçar a indicação e a segurança das vacinas em geral para pacientes oncológicos, exceto as com vírus atenuados. Inclusive para os que estão em tratamento. Tudo indica que a eficácia e a segurança da imunização para esses pacientes sejam similares às da população como um todo. Ainda, quem faz algum tratamento oncológico e já teve Covid-19 e/ou têm anticorpos contra a doença também deve ser imunizado.
É importante lembrar que tratamentos oncológicos podem, sim, interferir tanto na geração de resposta do corpo para o imunizante quanto na eficácia da vacina e alterar a resposta imunológica do paciente. Além disso, pacientes que façam uso de imunoterápicos, ao ser vacinados, podem sentir efeitos colaterais diferentes do restante da população. Pesquisadores de todo o mundo ainda avaliam caso a caso para chegar a conclusões mais concretas. Sendo assim, lembre-se de acompanhar somente as notícias e as informações veiculadas por fontes oficiais e confiáveis!
Então, quando um paciente oncológico deve ser vacinado? De acordo com a faixa etária, uma vez que eles não estão inseridos em grupos de risco pelo Ministério da Saúde, e seguindo a orientação do médico que o acompanha.
Grávidas e lactantes
No final do mês de abril, o Ministério da Saúde divulgou uma nova portaria recomendando que grávidas com comorbidades sejam vacinadas de forma prioritária. Agora, grávidas que não enfrentam nenhuma complicação também passam a ser consideradas parte de grupo prioritário e devem acompanhar o calendário vacinal do estado onde moram para saber quando poderão receber as doses. Desse modo, grávidas que não enfrentem nenhuma complicação devem se vacinar de acordo com a faixa etária. É importante monitorar as notícias e as informações divulgadas por fontes confiáveis e pelo site do próprio Ministério da Saúde para saber se algo foi alterado, modificado ou adicionado às decisões aqui apresentadas.
Puérperas e lactantes sem comorbidades podem tomar a vacina contra a Covid-19 com segurança, quando convocadas. É importante que essas mulheres e seus respectivos médicos avaliem o risco de exposição e contágio na data da vacinação. Essa deve ser, portanto, uma decisão conjunta!
Nota: especialistas desaconselham a aplicação da vacina Oxford/AstraZeneca em grávidas.
Tratamentos com toxina botulínica
Aos pacientes em tratamento com aplicação de toxina botulínica, a orientação dos especialistas ActMed é de receber a vacina contra o coronavírus pelo menos duas semanas após a aplicação da proteína toxina. Pacientes que planejem receber o tratamento na ActMed e serão vacinados antes disso devem agendar procedimentos após o procedimento pelo menos 30 dias após recebimento receber cada dose da imunização.
Informações úteis para toda a população
- Independentemente do grupo, pacientes devem receber as doses previstas da mesma vacina e no intervalo indicado pelo fabricante do imunizante. É fundamental receber a primeira e a segunda doses da mesma vacina!
- Devem adiar a vacinação pessoas que estejam com Covid-19 ou que tenham registrado febre acima de 37,5ºC no dia do recebimento da dose ou 24 horas antes.
- Quem receber a proteção contra o coronavírus deve esperar pelo menos 14 dias para ser vacinado com qualquer outro imunizante. Fique atento ao intervalo de tempo entre as doses da vacina se estiver planejando, por exemplo, proteger-se contra a gripe nesse mesmo período.
Não interrompa de forma alguma os protocolos de segurança e higiene que vêm sendo seguidos desde o início da pandemia, mesmo depois da vacinação! Lembre: o imunizante contra a Covid-19 protege 14 dias após a segunda dose e já sabemos que, ainda assim, é possível se contaminar, mesmo que de forma mais branda.
De acordo com o Ministério da Saúde, é fundamental receber a 2ª dose da vacina mesmo após o prazo recomendado pelo laboratório fabricante do imunizante. Essa informação vale principalmente para pacientes de estados nos quais a aplicação da 2ª dose foi suspensa ou adiada por falta de imunizante.
Se você faz algum tipo de tratamento, não o abandone! Consulte o seu médico para saber como prosseguir e se é possível fazer avaliações à distância. Se tiver dúvidas sobre a vacinação contra o coronavírus, outras vacinas e também sobre o seu quadro clínico, entre em contato com a ActMed e agende uma consulta com um de nossos especialistas. O time multidisciplinar de profissionais da saúde da ActMed é composto de fisiatras, neurocirurgiões, neurologista, ortopedista, fisioterapeutas, psicóloga e terapeuta ocupacional. O contato com a equipe de atendimento pode ser feito pelo telefone (11) 2659-5004 ou pelo WhatsApp (11) 98534-0078.
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